domingo, 24 de maio de 2015

O QUE É O AEE (ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO) ?

Um serviço da educação especial desenvolvido na rede regular de ensino que organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas.

O AEE complementa e/ou suplementa a formação do aluno com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela.

O que faz o AEE?

•          Apóia o desenvolvimento do aluno com deficiência, transtornos gerais de desenvolvimento e altas habilidades

•           Disponibiliza o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização

•          Oferece tecnologia assistiva – TA

•           Adequa e produz materiais didáticos e pedagógicos, tendo em vista as necessidades especificas dos alunos

•           Oportuniza ampliação e suplementação curricular (para alunos com altas habilidades)

O AEE deve se articular com a proposta da escola comum, embora suas atividades se diferenciem das realizadas em salas de aula de ensino comum.

Para quem?

O AEE se destina a alunos com deficiência, aqueles que tem impedimento de longo prazo de natureza física, intelectual, sensorial (visual e pessoas com surdez parcial ou total)

Alunos com transtorno gerais de desenvolvimento e com altas habilidades (que constituem o público alvo da educação especial), também podem ser atendidos por esse serviço.

Por quem?

O AEE para pessoas com deficiência é realizado mediante atuação de professores com conhecimentos específicos no ensino de:

•           LIBRAS, Língua Portuguesa na modalidade escrita, como segunda língua para pessoas com surdez.

•           Sistema Braille, sorobã, orientação e mobilidade, utilização de recursos ópticos e não ópticos.

•           Atividades de vida autônoma.

•           Tecnologia assistiva.

•           Desenvolvimento de processos mentais.

•           Adequação e produção de materiais didáticos e pedagógicos e outros.

Para alunos com altas habilidades o AEE oferece programa de ampliação e suplementação curricular, desenvolvimento de processos mentais superiores e outros.



Quando e Onde  ?

O AEE é realizado no período inverso ao da classe comum frequentada pelo aluno, preferencialmente na própria escola do aluno e em sala de recursos multifuncionais.


Quais são as atribuições do professor AEE?

De acordo com a Resolução CNE/CEB nº 04/2009

 Art. 13. São atribuições do professor do Atendimento Educacional Especializado:

I – identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de acessibilidade e estratégias considerando as necessidades específicas dos alunos público-alvo da Educação Especial;

II – elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado, avaliando a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade;

III – organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos multifuncionais;

IV – acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros ambientes da escola;

V – estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias e na disponibilização de recursos de acessibilidade;

VI – orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade utilizados pelo aluno;

VII – ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos alunos, promovendo autonomia e participação;

VIII – estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando à disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares.


Video - A Política Nacional para a Educação Inclusiva: Avanços e Desafios

Disponível em : http://www.youtube.com/watch?v=AUL62tZIFYY


O programa mostra a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva com entrevistas de Maria Teresa Mantoan, da Faculdade de Educação -- Unicamp; Marcos Mazzota, da Faculdade de Educação -- USP; e Ulisses Araújo, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades -- USP. Faz parte do Eixo Articulador -- Educação Inclusiva do Curso de Pedagogia Unesp/Univesp.

JOGO DE BARALHO INTERATIVO (BRAILLE)

Este é um jogo bem interessante para trabalhar com turmas onde tem aluno com deficiência visual (cego). Um baralho com números em braille. Todos podem construir juntos o conhecimento da linguagem escrita dos cegos. Pode-se à partir deste criar um de letras.

Materiais: botões do tamanho daqueles utilizados em colarinhos de camisa; cartas (prontas na folha de moldes); cartolina; cola de isopor; miçangas; papel cartão; palitos de sorvete; tesoura.


Colocando em Prática:

Recorte da folha de moldes os encartes das cartas do Baralho em que se verá no canto superior esquerdo uma tela vazia, onde deverá ser coloda a quantidade de continhas pretas iguas a utilizadas nas telas com as letras utilizadas para a confecção do jogo "Palavra Escondida".
Na Base Inferior direita você poderá observar o numeral correspondente ao representado em Braille.
No centro da carta, você deve colar a quantidade de botões correspondente aos numerais nas duas versões, para que tenha relevo.
Esses detalhes irão tornar o jogo personalizado, que poderão ser usados por alunos com baixa visão ou cegas.
As crianças com visão normal podem fechar os olhos ou utilizar vendas para que fiquem todos iguais.
Entregue Duas Cartas para cada aluno e lembre de deixar a disposição das crianças os palitos de sorvete, para ajudar na soma dos números.
Com o uso do Braille, as crianças deverão somar as quantidades obtidas nas duas cartas. Vence quem conquistar a maior quantidade. Assim encerra-se a partida para começar outra. Em caso de empate, cada criança receberá mais uma carta até que se obtenha um vencedor.





Educação Inclusiva e Aprendizagem para Todos

Por Roberto Motta*
Em uma sociedade competitiva – cujas oportunidades exigem diversas habilidades – aonde se encaixam aqueles que desejam aprender, mas precisam de um ambiente customizado para a construção do conhecimento? A resposta desta pergunta forma um dos desafios da Educação Inclusiva, que, de início, mostra ser um pleonasmo, considerando que educar é, também, “equacionar as dificuldades e carências que um indivíduo ou grupo apresenta”.
Entre as mais diversas inclusões, consideremos esta: a Educação a Distância como ferramenta na formação de alunos com surdez ou deficiência auditiva. Em termos de legislação, não há dubiedade, pois “(…) os estabelecimentos de ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade, públicos ou privados, proporcionarão condições de acesso e utilização de todos os seus ambientes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiência (…)”¹.
A Educação a Distância, como modalidade de ensino, deve atender os alunos de forma a garantir a acessibilidade aos recursos, com agilidade e eficiência. Além disso, deve intensificar o uso das TICs, considerando que a interação entre os alunos pela web viabiliza uma aprendizagem mais colaborativa.
Nos dias de hoje, com a difusão da EaD no País, tanto em instituições de Ensino Superior quanto na Educação Corporativa, tem-se visto nesta modalidade uma forma de uma aprendizagem além das geografias, por ser um instrumento de democratização do acesso à informação, principalmente na sua modalidade via web”².
As vantagens da EaD para alunos com deficiência auditiva ou surdez está no trabalho feito com o conteúdo, considerando que os recursos visuais são mais cognitivos para este público. Na Educação Básica regular presencial, “as aulas são ministradas de forma oral, consequentemente, os conteúdos trabalhados na sala nem sempre se tornam acessíveis para esses alunos”.
Desta forma, podemos concluir que “os surdos têm maior facilidade para frequentar o ensino superior na modalidade EAD por ser um curso com maior flexibilidade e por disponibilizar materiais didáticos e intérpretes em LIBRAS”³.

¹ BRASIL. Decreto nº. 5.296. [Lei da Acessibilidade]. 2004. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htm>. Acesso em: 31 jul. 2008.
² BRUNO, Marilda Moraes Garcia; e SÁ, Michele Aparecida. A inclusão de alunos surdos no sistema regular de ensino: uma análise das concepções e reflexões dos professores. In: 9º Encontro de Pesquisa em Educação da ANPED – Centro Oeste. CD ROM nos Anais do 9º Encontro de Pesquisa em Educação da ANPED – Centro Oeste, Brasília, p. 415-429, 2008.
³ MOURÃO, Marisa Pinheiro; MIRANDA, Arlete Aparecida. Ensino da Língua Brasileira de Sinais por meio de um curso a distância via internet. In: 9º Encontro de Pesquisa em Educação da ANPED – Centro Oeste. CD ROM nos Anais do 9º Encontro de Pesquisa em Educação da ANPED – Centro Oeste, Brasília, p. 216-229, 2008.

Roberto Motta, designer instrucional na Ciatech. Formado em Letras na Universidade Anhembi Morumbi, com extensão em Educação a Distância na Prática na PUC-SP. Pós graduando em Tecnologias Interativas Aplicadas à Educação, pela PUC-SP. Atua há 4 anos na área de Educação a Distância, sendo dois na Ciatech e tendo passado por instituições de Ensino Superior desenvolvendo soluções EaD.

Reflexão sobre o filme: A Era do Gelo



Ficha TécnicaTítulo original: (Ice Age)
Lançamento: 2002 (EUA)
Direção: Chris Wedge, Carlos Saldanha
Atores: Ray Romano, Diogo Vilela, Denis Leary, Márcio Garcia.
Duração: 115 min
Gênero: Animação
Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/a-era-do-gelo/

O filme tem como protagonistas 3 criaturas diferentes que pelo destino se uniram, são eles: Sid, uma preguiça engraçada e que fala demais, Manfred, um mamute com mal-humor e Diego, um tigre dentre-de-sabre bem ameaçador. O trio passam aventuras e perigos para entregar um bebê humano ao seu pai.
Este filme passa uma mensagem importante que é sobre as diferenças.
Primeiro o trio é composto por animais diferentes, cada um com seu jeito próprio de ser. Mas de todos eles, o que mais sofre preconceitos é a preguiça Sid.
Há várias passagens que retratam muito bem os olhares preconceituosos para Sid, como a cena que mostra Sid acordando e gritando para os membros de seu bando na intenção de ninguém perderem a migração. Depois ele percebeu que os outros do bando já tinham ido embora, o deixando para trás. Sid fala que todos os anos isso acontece e começa a perguntar: “Será que ninguém gosta de mim?”; “Será que ninguém se importa com a preguiça Sid?”
As outras cenas Sid é chamado por Manfred de “aberração da natureza” e Sid fala para o manute que seu bando sempre o abandona, que o amarra e apaga os rastros para ele não ir atrás, que coloca bicho dentro de sua boca, enfim, sempre excluem Sid.
A preguiça sempre é vista como anormal, que atrapalha os outros que estão em sua volta, um incapaz, um doido. Sid pode até ser agitado, mas é amigo, sensível, carinhoso e sempre está pronto para ajudar o próximo, no qual ficou muito claro na cena que Sid cuidou do bebê humano com amor, nos mostra que mesmo sendo meio atrapalhado não significa que é incapaz de fazer as coisas, basta apenas conhecê-lo e não colocar estigmas sem antes de conhecer.
O que aconteceu com Sid, sempre em nossa sociedade acontece com as pessoas com necessidades especiais, que são vistas por alguns como incapazes, anormais, acabam sendo excluídas porque são diferentes.
Todos merecem ter os mesmos direitos em todos os espaços sociais.Afinal, quem não é diferente?!

Atividade com Alunos do 3º Ano do Ensino Fundamental

Sabemos que ao longo de nossas vidas um momento ou outro iremos nos socializar com alguém que possua uma necessidade especial e para que nossos alunos estejam preparados para tal situação, achamos necessário inserir esse assunto dentro da sala de aula.
Para isso trabalharemos com a turma os conceitos de amizade e diferenças, com as crianças, por isso sugerimos que os alunos fizessem um desenho aonde retratasse o título: “Meu Amigo Diferente é Especial” e escrevessem uma pequena frase sobre o tema. Para apresentar aqui selecionamos três desenhos:
O primeiro o aluno Gabriel Santos de Souza, desenhou duas meninos jogando futebol em um campinho ensolarado., os meninos são parecidos em seu desenho e usam a mesma roupa, sobre a frase ele escreveu “ Porque nós dividimos o lanche”, ou seja para essa criança de 8 anos não importa as diferenças dos amiguinhos desde que este possa brincar de bola e comer o lanche com ele, percebemos que não há uma noção de que existem outros tipos de amigos com algumas necessidades especiais diferentes.




O segundo desenho é da aluna Samara Freitas de Oliveira, ela expressou em seu desenho suas fantasias, pois nele havia um castelo, estrelas, sol e três princesas, em sua frase estava escrito “ porque eu gosto dele”. Assim como no outro percebemos a inocência de não compreender ou associar amigo especial com amigos com deficiência.






O terceiro desenho do aluno Victor Hugo Mello, foi o único que conseguiu entender o que solicitamos ele desenhou dois meninos um com óculos e bengala e um menino normal ambos brincando em um campo verde e ensolarado. Sua frase do porque seu amigo é especial foi “Porque ele gosta de brincar comigo. ”



Percebemos então após a entrega dos desenhos a necessidade de trabalhar a diversidade e a educação especial na sala de aula, mostrando aos alunos que os alunos com necessidades especiais também são importantes.


Analisando a Educação Inclusiva em nossa cidade



Com base nas informações sobre educação inclusiva, buscamos entender quais são as ações no sistema educacional vigente a fim de garantir o cumprimento dos objetivos da inclusão. Em face dessas considerações, o presente desafio nos ofereceu investigar como professores entendem a inclusão escolar, buscando, também, conhecer as dificuldades existentes e as necessidades apontadas pelos profissionais no contexto da inserção de crianças com deficiência no ensino comum.
Para isso entrevistamos 3 professores da educação básica da cidade de Naviraí-MS, utilizamos um questionário aberto, contendo 6 perguntas acerca do assunto em questão.
Pergunta 1- Como Trabalhar a diversidade de valores no ambiente escolar de maneira que se alcance o respeito mútuo entre todos os envolvidos?
Entre as professoras houve um consenso todas acreditam ser necessário um planejamento que contenha estratégias que alcance todos os alunos e suas diferentes necessidades especiais, sempre respeitando a individualidade de cada aluno. Outra observação foi que duas das professoras acreditam que isso é papel do professor e ele que deve garantir tal ação.
Já na Pergunta 2 -  Como tornar o momento de ensino/aprendizagem dinâmico, atendendo e ouvindo os alunos em suas necessidades e limitações?
Duas das professoras acreditam ser necessário uma observação entre os alunos, e suas atividades, afim de perceber suas necessidades e limitações, para que assim possa conduzir atividades que contemplem todos os alunos sem distinção. Já a terceira acredita que é necessário mudanças nas bases curriculares da escola.
A Pergunta 3 questionava – Que postura o professor deve ter antes aos conflitos presentes em sala de aula?
Duas das professoras acreditam que o professor deve ser imparcial , a outra acredita que é necessário diálogo, o professor de acordo com ela deve falar sobre o assunto e conscientizar a sala sobre a necessidade especial de cada colega, exigindo dos alunos respeito e colaboração.
A Pergunta 4 era – Quais as politicas de inclusão da atualidade?
Todas falaram do PNE (Plano Nacional de Educação) que propõe a universalização do ensino, incluindo toda criança  de 04 a 17 anos dentro da escola, comtemplando também aqueles com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades, oferecendo a esses alunos o atendimento educacional especializado (AEE) nas salas de recursos no contra turno.
A pergunta 5 questionava – Há recursos humanos, materiais, físicos e pedagógicos necessários ao atendimento de pessoas com deficiência na rede municipal?
Duas das professoras eram professoras da rede estadual e afirmam que existe o atendimento a esses alunos, já a professora da rede municipal diz que também ocorre o atendimento, mas ela vê uma necessidade de este ser melhorado, de acordo com ela é preciso mais profissionais capacitados formados em psicologia, psicopedagogia entre outras áreas mais específicas, que possam assim oferecer um serviço de qualidade a esses alunos.
A pergunta 6 perguntava – Qual o diferencial dos ambientes escolares onde há crianças especiais e como eles favorecem a aprendizagem e a inclusão?
O ambiente escolar agora deve ser preparado para receber os diversos tipos alunos e suas necessidades especiais, as professoras afirmam ser necessário rampas, barras, pisos especiais para alunos com deficiência visual,  banheiros adaptados, carteiras e portas das salas de aulas adaptadas, a sala de atendimento educacional especializado com materiais e profissionais para este fim, e por fim a promoção de um bom convívio social que contemple valorizar as diferenças e mostrar que as crianças são todas iguais mesmo com suas especialidades.

Bom com o questionário percebemos que as professoras sabem o caminho a seguir, entendem um pouco sobre as normas do plano nacional de educação e sabem o que deve ser feito para cumpri-los mas percebemos nas entrevistas que estas não são seguras de trabalhar tal assunto, elas ainda acreditam que alguém com mais conhecimento ou mais prática saberia fazer melhor. Mostram também em suas falas que a escola tem tentado se adaptar, seus ambientes, seus profissionais, mas que isso ocorre a passos lentos.

Apontaram também outros aspectos do princípio inclusivo, como a necessidade de adequação de métodos e estratégias de ensino, o direito à educação e inclusão com um sentido amplo, envolvendo não apenas as crianças que apresentam alguma deficiência, mas ‘todos’ os alunos, independentemente de suas condições físicas, psicológicas, étnicas e sociais.

O que é Educação Inclusiva?



Tomando como base Silva (2006), a proposta da educação inclusiva é discurso pedagógico que está se desenvolvendo no Brasil, e que vem propor perspectiva de consideração das diferenças no ambiente escolar, onde caibam todos os mundos, com as peculiaridades aceitas.
O norte desta proposta demanda que o ambiente escolar seja um local único, onde o foco seja a classe como um todo, não reduzindo o processo de ensino-aprendizagem às diferenças individuais dos alunos. Assim, o movimento inclusivista caracteriza-se pela inserção e educação de alunos com necessidades especiais nas escolas regulares. 
Por muito tempo acreditava-se que as pessoas com alguma deficiência eram incapazes de aprender, e por tanto, incapazes de frequentar as escolas e locais que proporcionam educação. Isso ocorria principalmente com crianças que, quando conseguiam entrar nas escolas logo eram rotuladas como incapazes e, portanto, exclusas do convívio escolar. Essas características não são bem diferentes do que se observa nos moldes da educação atual, pois, muitas mudanças ainda são necessárias. Porém, desde este contexto inicial, a realidade passou por modificações, e uma breve explanação da revisão histórica a respeito dessas transformações do paradigma escolar se faz importante.
Segundo Mendes (2006), os primeiros profissionais a se preocuparem com o assunto foram os médicos e pedagogos, que em meados do século XVI não acreditavam nessa incapacidade como algo inato nas crianças, mas sim na possibilidade do aprendizado. Não obstante, nesse mesmo período houve o crescimento dos asilos, casas onde se colocavam os considerados inúteis, e este fato retardou ainda mais o processo da entrada de pessoas com deficiência nas escolas.
A passos lentos, foi apenas no século XIX que ocorreu a possibilidade de entrada dessas pessoas com deficiência na escola. No entanto, este acesso ocorria de forma bem particular, com a criação de salas especiais, onde não havia interação alguma com crianças sem nenhuma deficiência.
Machado (2005) afirmam que essa forma de inclusão acabou confirmando a exclusão, pois a forma correta de promover a inclusão advém do diálogo entre os diferentes mundos das pessoas, com as significâncias individuais e sociais, não apenas através da inserção na escola por uma questão de tolerância, mas sim em uma interação.
De acordo com Mendes (2006) apenas na década de 60 que houve novamente a reflexão a respeito da exclusão, através de movimentos morais, proporcionados por segregação de pessoas com deficiência. A partir de então, a forma de inclusão escolar foi reavaliada, e desta forma as pessoas com deficiência teriam direito a frequentar os mesmo ambientes de pessoas consideradas normais e receber a mesma forma de educação. 
Desenvolveu-se também um fato moral sobre a exclusão das crianças, onde essa nova forma de inclusão teve repercussão econômica, pois estava muito caro para o governo custear esse tipo de educação.
Foi a partir de então que se começou a pensar em uma escola que poderiam caber todas as pessoas, mas que essas pessoas não seriam apenas acolhidas e observadas, essas iriam se relacionar com as outras crianças, e nenhuma forma de exclusão seria promovida.
Em 1994, aconteceu em Salamanca, na Espanha, a Conferência Mundial de Educação Especial com o intuito de gerar um documento com princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais que assegurasse que a educação de pessoas com deficiências fizesse parte integrante do sistema educacional. Tal documento, nomeado de Declaração de Salamanca, foi norteador e embasador das políticas de educação especial vigorantes hoje no Brasil.
Tanto a LDB 9.394/96 (BRASIL, 1996) quanto os regulamentados do MEC voltados para a Educação Especial foram fortemente influenciados pela Declaração de Salamanca, a qual reza, principalmente, que:
“[...]aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades; […] que os governos adotem o princípio de educação inclusiva em forma de lei ou de política, matriculando todas as crianças em escolas regulares, a menos que existam fortes razões para agir de outra forma.” (BRASIL, 1994).
Portanto, assim como na Declaração de Salamanca, os documentos regulatórios das políticas educacionais brasileiras voltadas para Educação Especial são enfáticos em direcionar o aluno especial para o ensino regular. 


Referências:

AMARAL, Lígia Assumpção. Conhecendo a deficiência (em companhia de Hércules). São Paulo: Robe Editorial, 1995.
MENDES, E.G. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil. 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v11n33/a02v1133.pdf. 
MACHADO, A.M. et al. Psicologia e direitos humanos: educação inclusiva, direitos humanos na escola. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.
NETO, A.N. Quando a inclusão pode ser uma forma de exclusão. In: MACHADO, A.M. [et al.] Educação inclusiva: direitos humanos na escola. São Paulo: Casa do psicólogo, 2005.
SILVA, L.M. O estranhamento causado pela deficiência: preconceito e experiência. Revista Brasileira de Educação. Bahia. V.11, n.33, p.424-434, set/dez. 2006.
VASH, Carolyn L. Enfrentando a deficiência. São Paulo: Pioneira; Ed. da Universidade de São Paulo, 1988.



Quem somos nós?


Somos alunas do terceiro semestres de Pedagogia da Universidade Anhanguera Uniderp, que criaram este blog como modo de avaliação de um desafio de aprendizagem.
Nossa proposta é que nesse espaço possamos compartilhar com vocês nossas aprendizagens no que se refere a educação inclusiva, mostrar as atividades, entrevistas e conteúdos que desenvolvemos e pretendemos desenvolver, de forma a contribuir para com os demais profissionais que buscam tornar a escola cada vez mais democrática.

"A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida."
John Dewey